Integridade. Substantivo feminino derivado do latim integritas e que, segundo o dicionário Priberam, significa “caráter daquilo que não falta nenhuma de suas partes”. A definição de integridade se correlaciona com uma ideia que sempre propago nas organizações em que atuo: quando somos íntegros, mantemos nossa autenticidade e essência em todas as situações.
Ressalto para as lideranças que é a partir desse princípio que uma cultura de integridade viva pode ser construída nas organizações. Afinal, os líderes são o exemplo que inspiram colaboradores de todos os níveis a seguirem uma carreira de retidão, ética e de respeito com os valores individuais, corporativos e mercadológicos. Nesse sentido, é também preciso coragem. Coragem para inspirar, para apontar práticas que não condizem com uma visão organizacional íntegra, para denunciar desvios ou ainda para garimpar os valores de um negócio e, se preciso, reconstruí-lo do ponto de vista ético e moral.
A busca por profissionais de perfil íntegro e ético também deve fazer parte dos programas de recrutamento e das preocupações dos executivos de recursos humanos. Afinal, por mais que a integridade seja nada mais do que um dever de todos, a verdade é que hoje ela passou a ser considerada um diferencial de mercado.
Integridade e reputação
Um dos benefícios de se investir em programas de integridade, ética e compliance nas companhias é que, a partir desses elementos, construímos uma reputação sólida e nos livramos dos “tetos de vidro” que podem transformar a história de uma empresa em um castelo de areia.
Um estudo da Ernst & Young de 2020 mapeou os ganhos advindos de uma atuação e de uma cultura íntegra nas empresas. Eles incluem: reputação corporativa forte; retenção de clientes e atração de novos consumidores; retenção e atração de talentos; melhoria da performance financeira (por meio, por exemplo, da atração de investimentos); e redução de riscos regulatórios.
Uma cultura de integridade também gera uma experiência positiva para os colaboradores de todos os níveis, visto que ela os incentiva tanto a atuarem de modo mais autêntico e pleno, quanto pavimenta um caminho que pode resultar em carreiras brilhantes, nas quais a transparência é uma virtude que joga a favor dos futuros líderes.
Ao mesmo tempo, no mundo corporativo, temos muitas oportunidades de fazer o que é correto e o que não é. Ao longo de minha carreira, tenho visto mais pessoas seguindo um caminho de retidão e ética do que o contrário. Mas sempre temos chances de resgatar e apoiar talentos e colegas nessa caminhada no mundo dos negócios.
Muitos projetos no Brasil buscam difundir os conceitos de ética, integridade e cidadania nas organizações e na sociedade. É o caso do Na Moral, projeto no qual sou voluntária, que trabalha para a formação de cidadãos íntegros a partir da educação de base da juventude do país. Já conseguimos resultados positivos, incluindo a criação de um ecossistema nas comunidades escolares do Distrito Federal, utilizando metodologias lúdicas para engajar os estudantes na missão de construir espaços de aprendizagem em que o respeito, a honestidade e a responsabilidade são os faróis para o futuro.
Por fim, retomo a ideia de liberdade e de autenticidade. Afinal de contas, quando seguimos uma jornada íntegra, sabemos que não precisamos temer nenhum desafio e que a verdade caminha sempre do nosso lado.
Este artigo foi publicado pela Think Work.