Ao observarmos a sociedade ao longo das últimas décadas, não é difícil notar que a velocidade das mudanças a cada dia é mais intensa. Quase diariamente vivemos sob o ritmo de novas metodologias, paradigmas, projetos e negócios que, por sua vez, trazem consigo toda uma gama de novos desafios, demandas de conhecimento e necessidade de adaptação.
No plano tecnológico, da massificação da internet nos anos 1990 à aplicação da inteligência artificial nos mais diversos campos da vida cotidiana, parece o movimento de um piscar de olhos, tamanha as transformações vivenciadas ao longo desse ciclo. Muitas dessas mudanças pareceriam obras de ficção científica às gerações anteriores a dos nativos digitais.
Na esfera dos negócios, a velocidade da mudança também não perde o gás. Vemos novos paradigmas culturais, empoderamento de consumidores e funcionários, quebra dos modelos organizacionais clássicos − em favorecimento de estruturas colaborativas de trabalho de negócios digitais enxutos, capazes de transformar todo um mercado de marcas consolidadas −, a cobrança por habilidades que tornem a atividade humana mais estratégica e analítica, e a chegada do “work anywhere”.
Tudo dentro de uma sociedade que produziu mais dados nos últimos anos do que em toda sua história. E na qual esses mesmos dados têm peso de ouro para as empresas que buscam a personalização de produtos e serviços e a diferenciação de mercado.
Lifelong learning como ponto de partida
Para absorver essa cadeia de transformações contínuas é indispensável que os profissionais assumam como pressuposto para o sucesso a perspectiva do lifelong learning: a abertura para o aprendizado constante ao longo da vida.
Só assim poderemos absorver as tendências — culturais, comportamentais, profissionais e tecnológicas — que surgem continuamente no ambiente à nossa volta. Ademais, dentro de um ecossistema de trabalho altamente competitivo, a renovação de skills, a participação em cursos e em outras formas de adquirir conhecimento, é um diferencial que pode ser determinante tanto para o fortalecimento da liderança quanto para a conquista de uma oportunidade relevante com a qual sempre sonhou.
A boa notícia é que a própria digitalização ajuda nessa busca pelo conhecimento, uma vez que o ambiente digital dispõe de inúmeros cursos, eventos, coaching e outras formas de absorção de soft skills. Dessa forma, tanto os líderes de uma companhia quanto os jovens profissionais ou estudantes podem trilhar uma rota de aprendizado e ampliar suas capacidades de reconhecimento no mercado.
O papel das lideranças
Dito isso, é importante nos atentarmos para o papel dos executivos e líderes de um negócio no fomento a uma cultura de aprendizado. Ao adotarem essa postura, as lideranças poderão gerar um impacto positivo que vai além dos muros de seus negócios.
Do ponto de vista interno, as companhias também colhem benefícios cruciais que darão escala para os seus negócios. Um estudo global de 2021 do LinkedIn apontou que 60% dos colaboradores que participam de programas de aprendizagem se sentem mais aptos a enfrentar novos desafios e 82% dos que se engajam em participar de planos de carreira interno, com mobilidade entre as áreas, tendem a permanecer até duas vezes mais na empresa do que um profissional que não passa por tais processos.
Fomentar programas de lifelong learning nas organizações também será determinante quando levamos em conta o cenário de transformação digital. Para termos uma ideia, 85% das profissões que dominarão o mercado até 2030 não existem hoje.
Se, de um lado, pesquisas recentes apontam que a digitalização irá gerar mais empregos do que eliminá-los. De outro, a geração de novos postos de trabalho passa pela necessidade de absorção de soft skills e de conhecimentos analíticos que direcionam os profissionais para atividades estratégicas, criativas, e que exijam tomada de decisão.
O aprendizado é e continuará sendo o motor que guia empresas, líderes e trabalhadores rumo ao futuro, dentro de um círculo virtuoso que alimenta a adaptabilidade, a evolução profissional e as transformações de uma sociedade em movimento incessante.
Este artigo foi publicado pela Think Work.